Do Not Flee From It!
Então!
Percebi que eu tenho mania de fugir. De tudo, não me peça para explicar.
Fuga é a rota da encruzilhada da estrada da vida mais fácil... porém ela é apenas um retorno: pode te deixar no mesmo lugar mais tarde, no mesmo cruzamento. Bem, nem sempre, as brumas que cobrem os jardins do Destino são imprevisíveis (daí que penso que predestinação, se existe ou não, é mais complexo e ainda inatingível ao homem, a não ser em algumas "falhas da Matrix". Ainda assim ainda inatingível). Mentir, fugir dos compromissos, evitar os momentos angulares, não olhar pros olhos, além das fatais: matar, roubar, prender alguém em sua prisão e não deixá-lo/a sair, etc etc etc... Tudo isso é fácil, vc consegue fugir, beleza, não tenho que decidir pelo mais difícil. Evitei a parte difícil e vocês, certinhos, ha ha ha!, se lascaram...
... E aí volto para encruzilhada mais tarde. E fugirei de novo. E não me despedirei de mim novamente, nem perderei um pedaço de mim. Serei eu mesmo novamente, confortavelmente chapado, indo pelo mato. E chegará uma vez que notarei que estarei velho e que não cresci. O Tick-Tack Crocodile arrancará meu braço direito, e terei um gancho que quer arrancar, invejoso, a juventude do coração do pequeno peter pan, pois tenho medo de nascer um novo eu mesmo novo, além de ser tarde demais, de todo jeito.
E de todo jeito irei me consolar com qualquer desculpa no fim da vida, agora, na qual mal chego na fase adulta. Não precisei me machucar para crescer.
Mas não cresci. Apenas envelheci. Não me pari nunca...
E engraçado que quando olho para pessoas jovens, mesmo mais velhas que eu, eu invejo elas pensando "puxa, quem dera ser como elas" quando, no fundo no fundo, apenas implanto um gancho mais polido no meu braço direito.
music of the day: George Harrison - Wah-Wah
"Percorra qualquer caminho no jardim de Destino e você terá de escolher, não uma, mas muitas vezes. As trilhas se bifurcam e se dividem. A cada passo que você dá no jardim do destino, você faz uma escolha; e cada escolha determina caminhos futuros. Entratanto, mesmo se passasse toda uma vida caminhando, você poderia olhar para trás e ver apenas um caminho estendendo-se atrás de você... ou olhar adiante, e ver somente a escuridão.
Às vezes, você sonha com os caminhos de Destino e especula, sem propósito algum. Sonha com os caminhos que pegou e com os que não pegou...
Os caminhos divergem, se cruzam e se reconectam. Alguns dizem que nem mesmo o próprio Destino sabe realmente aonde cada caminho o levará, aonde cada curva irá dar.
Mas mesmo se Destino pudesse te contar, ele não o faria. Destino mantém seus segredos.
O jardim de Destino... você o reconheceria se o visse. Afinal, você irá percorrê-lo até morrer. Ou além. Pois os caminhos são longos, e mesmo na morte, não há fim para eles.
Destino, dos perpétuos, é o único que compreende a geografia peculiar do jardim, distinta do tempo e espaço, onde o potencial se torna real. Destino sabe. O livro que carrega é um guia tanto para o jardim quanto para as minúncias do futuro passado.
Destino não possui um rumo próprio, não toma decisões, não muda de direção. Seu caminho está traçado e definido, do princípio do tempo ao fim de tudo."
Percebi que eu tenho mania de fugir. De tudo, não me peça para explicar.
Fuga é a rota da encruzilhada da estrada da vida mais fácil... porém ela é apenas um retorno: pode te deixar no mesmo lugar mais tarde, no mesmo cruzamento. Bem, nem sempre, as brumas que cobrem os jardins do Destino são imprevisíveis (daí que penso que predestinação, se existe ou não, é mais complexo e ainda inatingível ao homem, a não ser em algumas "falhas da Matrix". Ainda assim ainda inatingível). Mentir, fugir dos compromissos, evitar os momentos angulares, não olhar pros olhos, além das fatais: matar, roubar, prender alguém em sua prisão e não deixá-lo/a sair, etc etc etc... Tudo isso é fácil, vc consegue fugir, beleza, não tenho que decidir pelo mais difícil. Evitei a parte difícil e vocês, certinhos, ha ha ha!, se lascaram...
... E aí volto para encruzilhada mais tarde. E fugirei de novo. E não me despedirei de mim novamente, nem perderei um pedaço de mim. Serei eu mesmo novamente, confortavelmente chapado, indo pelo mato. E chegará uma vez que notarei que estarei velho e que não cresci. O Tick-Tack Crocodile arrancará meu braço direito, e terei um gancho que quer arrancar, invejoso, a juventude do coração do pequeno peter pan, pois tenho medo de nascer um novo eu mesmo novo, além de ser tarde demais, de todo jeito.
E de todo jeito irei me consolar com qualquer desculpa no fim da vida, agora, na qual mal chego na fase adulta. Não precisei me machucar para crescer.
Mas não cresci. Apenas envelheci. Não me pari nunca...
E engraçado que quando olho para pessoas jovens, mesmo mais velhas que eu, eu invejo elas pensando "puxa, quem dera ser como elas" quando, no fundo no fundo, apenas implanto um gancho mais polido no meu braço direito.
music of the day: George Harrison - Wah-Wah
"Percorra qualquer caminho no jardim de Destino e você terá de escolher, não uma, mas muitas vezes. As trilhas se bifurcam e se dividem. A cada passo que você dá no jardim do destino, você faz uma escolha; e cada escolha determina caminhos futuros. Entratanto, mesmo se passasse toda uma vida caminhando, você poderia olhar para trás e ver apenas um caminho estendendo-se atrás de você... ou olhar adiante, e ver somente a escuridão.
Às vezes, você sonha com os caminhos de Destino e especula, sem propósito algum. Sonha com os caminhos que pegou e com os que não pegou...
Os caminhos divergem, se cruzam e se reconectam. Alguns dizem que nem mesmo o próprio Destino sabe realmente aonde cada caminho o levará, aonde cada curva irá dar.
Mas mesmo se Destino pudesse te contar, ele não o faria. Destino mantém seus segredos.
O jardim de Destino... você o reconheceria se o visse. Afinal, você irá percorrê-lo até morrer. Ou além. Pois os caminhos são longos, e mesmo na morte, não há fim para eles.
Destino, dos perpétuos, é o único que compreende a geografia peculiar do jardim, distinta do tempo e espaço, onde o potencial se torna real. Destino sabe. O livro que carrega é um guia tanto para o jardim quanto para as minúncias do futuro passado.
Destino não possui um rumo próprio, não toma decisões, não muda de direção. Seu caminho está traçado e definido, do princípio do tempo ao fim de tudo."
Neil Gaiman - Sandman #21