sexta-feira, março 17, 2006

take care of it!

A única coisa que vc possui é a sua vida, pois qd se perde ela, vc não possui nada mais.

Então vc tem uma encruzilhada: Ou vc acredita nisso ou não.

X acredita que depois de cair no sono profundo pela última vez não há mais nada a se olhar, pior, não há mais nada... o fim, que se diga logo, assim como não se existe algo antes do início. X não acredita, pra falar a verdade, em nada fora do alcançe do mundo molecular e científico. Acredita, sim, na pressa de ter o que tem. Compartilhar com seus queridos e com seus sentidos e permanecer na alegria de se desesperar pela fatalidade terminal do fim.

Alguém parecido com X (chamemos de W) não consegue manter esta alegria. Seu despero o leva à depressão e o que ele tem, depois de algum tempo, perdeu todo o sentido.

Temos Y que olha pra X com olhares de não-dou-pérola-a-porco. Y acredita em algo além da partícula e da onda, e, portanto, acha bobagem achar que a vida é a única coisa que possui. O contra-domínio da função f(y) é imensa! Y pode muito bem acreditar que o tempo, de alguma maneira, está registrado em uma fita que corre na velocidade da luz, que o que possui não é dele mas é alugado e será recompensado pela maneira como a utilizou, que ele sempre vai ter o que possui mesmo que tirem dele, que possui seu corpo e seus bens e seus amigos e todos eles serão seus em um lugar só seu depois de morrer, que nem sabe em que acredita mas acredita seja lá no que for, e eles são muitos.

Então tem Z, seu amigo de infância e estranho poeta, que acredita que X está tão certo quanto ele, Y, bem como W também não estar errado, e, pior, que o Sim e o Não, dependendo do humor de ambos, querem dizer a mesma coisa. Afinal, Z é escritor, precisa acreditar no que for preciso para trocar um pouco de sua vida pela estória.

Tem também Q, que não sabe e acha que está em excelente condição, ao não querer saber se existe ou não.

Existem também pessoas como A, B e C,cujas opiniões, já divergentes entre si, divergem de X, Y, W, Z, Q, D, E, etc...

E há também alguns deles - não querem se identificar, compreensivelmente - que tiram este único bem de alguns outros. Ousados que são, pertencem à uma história própria. Mas obviamente eles fazem parte. E há outros que não suportam carregar o que possui, e a perdem. Ousados também, pertencem à uma história própria também, mas que também fazem parte. Todo mundo é como todo mundo, pois todos são únicos.

Todos fazem parte! Eu faço parte!........... Eu sou como todo mundo. Um único qualquer.

Pessoalmente me traio com minha unicidade. Uma coisa que me faz a princípio acreditar que sou parecido com Y. Prefiro ser parecido com Z... ou com H, não sei, enfim... Sobre esta unicidade é preciso muita cultura pra explicá-la, se não qualquer coisa absoluta ou... Já estamos falando de infinito, novamente.

De qualquer maneira, 2 caminhos na encruzilhada não significam 2 caminhos diferentes. Porque muita gente entrou no mato tentando caminhos diferentes (do acreditar e do não) e alguns às vezes o seguem ou voltam atrás, e estes deixam pegadas que outros seguem e fazem uma trilha e, finalmente, um novo caminho é feito. Sempre sempre com vc carregando sua vida nas costas, levando para algum lugar pra saber o que fazer com ela quando chegar até onde a sua fé te levou. A vida é um bem precioso. Não vale um real, mas é preciosíssimo!

Pq a única coisa que vc possui é a sua vida, já que qd se perde ela, vc não possui mais nada.

Acreditar nisso ou não, pra mim, não é o importante(*) , mas sim, o quanto ela te vale.

:)


(*) = (na verdade é, mas é de uma importância muito diferente e inestimável e de outra ordem que não é central aqui)


music of the day: Sonia Dersion - Poésie

"Não é a força, mas a constância dos bons sentimentos que conduz os homens à felicidade"
Friedrich Nietzsche

domingo, março 05, 2006

rejoice it!

A 1a coisa que se vê são as cores. Depois é a música, timidamente longe. Depois o olhar mais desatento localiza os bonecos, os enfeites... São as Cores!!! Elas dançam mesmo paradas! São beleza e feiúra se juntando num mesmo lugar, contrariando a lei da física. E, finalmente, a música toma quando os tambores de maracatu bombeiam o sangue da população. Em grande força e grande disritimia. As pessoas então conhecem a letra e cantam, como em um show sem o artista principal, como em um louvor sem um deus pra se reverenciar... Um espetáculo de um circo voador.

...

Antônio Nóbrega resolve tomar um microfone e sapatilhas de dança e roupa branca de sambista e canaliza toda essa cultura de dança-música-poesia. Tanto tanto que deixa Ariano Suassuna e Caetano Veloso lhe completarem e tudo tudo mesmo ganha graça. Tudo! Até a besteira do mau-humor alheio tem graça e facilmente vencida. Até a presença perturbadora ensina e alegra. Claro!

Nada é passivo.

Agora começo a entender como o carnaval mescla a tristeza e alegria em algo... ainda preciso entender o que é.


music of the day: Cordel do Fogo Encantado - Na Veia ~ e as marchas de carnaval em que não memorizei.

"A tristeza é uma tentação"
Eu vi isso em JK, que dizia que numa das cartas de Paulo diz isso.