terça-feira, fevereiro 14, 2006

Sobre As Coisas Passageiras - Decisão

Tão mau
E tão violento é
O reino lindo e repleto
Que enclausura o coração
De quem recusa a ser
De um estranho mundo
Um e completo.

E na quina
Da ilha da fé
O homem se vê descoberto,
E cada estrela, sob o abismo
Lhe olha fixamente pra ver
Como sente o destino
ao tornar-se aberto

É estranho:
Se desesperar
É como andar num deserto
E os olhos, fatigados,
Se recusam a olhar
Pra esta esquina e saber
Enfim o que é certo.

Se apagam
As luzes do céu
E deixa-se só um meigo resto
Um ponto, Um zênite na escuridão
Do tempo apressado que te espera.
O desejo produz assim seu momento:
Feito soco mui lesto.