sexta-feira, agosto 26, 2005

walk into yourself and find it!

Eu tenho um orgulho (eu esqueci de por essa palavra! Eu penso nas palavras-chave e penso que coloco elas! Isto é engraçado.) muito besta e egoísta. Talvez seja perfeitamente compreensível, dada minha necessidade de balancear com minha capacidade de me desgraçar. Não me detenho com pensamentos, não deixo rastros, e todas as pegadas somem até da minha memória. Não há tempo de cuspí-las e deixá-las pregadas em folhas de guardanapos: elas saem aguadas e ridículas.

Eu discuti com Ana ontem sobre minhas goipadas, e ela se impacientou, como se estivesse discutindo com uma criança, e dizer que o cuspe de todo mundo sai aguado. Ela tem razão, e eu sei disso. Mas sei também que não há ninguém que possa ser outra pessoa, e ela não sabe de minha atmosfera onírica (casa de nuvem é a única expressão parecida q encontrei, mas ela explica menos) na qual vivo, onde tudo se passa como sonho e todas as obrigações se tornam apenas personagens cujos rostos se volatilizarão ou mudarão para outros, e as necessidades reais são coisas ridículas como este post.

Ela não sabe o quão aguado sai, e toda essa confusão de letras que o mundo recai sobre meu guarda-chuva me faz preferir a sequidão de meu lar, o quentinho confortável e sedentário do silêncio.

E por sedentário estar, eu me percebo como um grande fresco para sair nesta chuva como se de açucar eu fosse, e me desmanchasse de inveja e cairia nos bueiros do esquecimentos. As vezes até imagino que eu esteja dentro destes bueiros, e não saiba.

Desculpe. Este post é uma lamúria só. Mas será pq eu q mando neste blog. É preciso que eu escreva para ver se consigo fazer pegadas em cimento e esperar que ele seque. E quando eu for puxar a barra de rolagem pra baixo ler esta porcaria e rir dela. Assim como qualquer coisa na vida.

E por falar em vida, eu fugi do assunto do espaço onírico. É verdade: olhar para as coisas, escutá-las, sentí-las, saber para onde vou, tudo isso não me entra fácil. Destreinado! Mas eu passo por cima disso. Que bom que escrevi isto! Nenhuma palavra à frente da outra sai de minha cabeça. É tudo muito olhos - dedos - dor. Eu me divirto pensando em tomografias e imaginando os doutores dizerem: "Mas não há nada aqui! Como vc anda???" e eu de repente sou a prova viva e científica do espiritismo.

"Life is but a dream, you know, and it's never ending" a música diz, e fico concluindo então se isto acontece com outras pessoas. Talvez sim, mas acho que isso não me conforta. Aliás, Ana se engana muito em achar que é consolador dizer "todo mundo é assim" e a seguir próximo episódio da novela Vida Normal. É enojante! Eu vejo tanta gente sóbria, que consegue viver de maneira alegre e leve e perfeitamente anormal, e eu não consigo pq uma bixiga de um sonho não termina! Quero estudar, pitomba, e não consigo me concentrar!

É óbvio que isto tudo é muito ridículo, eu tb acho e me envergonho muito disto. Mas como disse, é preciso que eu deixe pegadas no cimento seco, e molhar meu lar de chuva e me expor dessa forma para que alguém fale grosso comigo pra parar de criançice e começar a viver. Este post assim já serve.

Porque... comunicação é muito de muita coisa. Me falam que eu quero muita coisa. É pior que isso: eu não sei o que quero. Essencial é a comunicação nestas horas, essencial é deixar meu cérebro cristalino para que eu possar romper minha pele, fazer parte do ser de outros e assim escolher meu caminho. Afinal, ninguém escolhe os caminhos por mero acaso, nem mesmo os que se perdem. Viver é se surpreender. Como me supreenderei?

music of the day: Alanis Morrisette - The Couch

"As pessoas se dividem em duas categorias: uns buscam e não encontram, outros encontram e não estão satisfeitos."
Mihail Eminescu (1850-1889), Poeta Romeno

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

uihaiuahiuahiuahuia

"eu me percebo como um grande fresco "

tirando isso :P
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meu senhor, o segredo do ÇUSEXO é relaxar e tentar fazer as coiss direito. Eu sei que as x Deus não parece existir nem o dia consegue ter 30 horas. sei q chove pra caralho nessa nossa vida... mas tipo, você ja reparou que se vc se desligar do q vc esta fazendo agora. JÁ! (desligou?...)
ta sentindo0 que sempre vai ter uma coisa, uma parte, uma célula, um canto qqr do seu corpo que vai ta coçando? sabe o q é isso?
eu aprendi com clarice q é a Dor de viver. Mas é vivendo q não se sente ela. ;)

12:24 PM  

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