quarta-feira, outubro 31, 2007

find it's path!

O mundo...

Situações delicadas compõem um labirinto torto e efêmero que se transforma no que chamamos... eu chamo... chama-se de mundo. Situações delicadas precisam de um número. Um certo x, sendo que f(x) possa tender para a realização ideal causado por esta situação delicada que gera essa função. Ou que estivesse à mercê desta função... não importa. O mundo precisa de número para representá-lo, a cada segundo. Ninguém consegue calculá-lo de uma vez. Ninguém sabe como calculá-los. Mas ele existe (bem como a matemática existe, ou filosofia). Fatalmente.

O mundo gira gira gira e situações delicadas giram com ele. Gira em torno de si, gira em torno de um ponto alumiador e mil vezes maior que ele, gira em torno de um ponto tão longínquo e tão negro como uma situação absurda, gira em torno de um ponto imaginário que não sabe nem onde está mas que se sabe que é o centro de um universo... O mundo gira tonto e direto e a arte gira com ele.

Arte... Essa entidade cheia de auto-piedade e fogo, que não sabe onde quer chegar mas é entupida de tanta inteligência, precisa, quer e só sabe criticar. Criticar o mundo, seu giro, sua reta, seu início meio e fim. Critica até não poder mais, onde aí começa a criticar-se a si, e criticar seus artistas, que começam a criticar, e quando críticas já não fazem mais efeito, desinspiram.

Desinspiram o autor.

Que ele só faz escutar e escutar e escutar e escutar e escutar e escutar e escutar e ouvir que é bom, não ouve. Ou ouve, mas não segue em frente. Desinspiração.

Desinspiração essa ao autor, também, que não tem crítica.

Situações delicadas compõem labirintos aos filhos do mundo percorrerem. Eles acham que não, mas também fazem parte do mundo. Têm força e arte, mas precisam de críticas. A arte do mundo também faz parte do mundo.

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Preguiça. Tudo sai pela tangente, ou é esmagado pela gravidade, se a ciência comprova (porque ela existe tanto quanto a religião) que o atrito é exercido sobre todos os corpos, inclusive o espiritual. Crítica ao autor que se desinspira pela arte ou pela ciência, sendo as deles dominadas pela preguiça e pela doença do mundo de se precisar criticar. Mundo este que o autor vai deixando de ser parte, perde completamente a noção da variável 'x' e se diverge ao infinito pelo eixo 'Tempo', em ordem exponencial, e jazerá no brilho eterno de uma mente sem lembrança... de alguma estrela lá no céu... do fim.

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music of the day: Yoko Kanno - Amore Amaro

Quino

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